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IBGE vira o mapa de cabeça pra baixo e coloca o Brasil no topo do mundo

IBGE vira o mapa de cabeça pra baixo e coloca o Brasil no topo do mundo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta semana uma nova versão do mapa-múndi oficial, com uma proposta inusitada: o Brasil aparece no centro da imagem e o Sul do planeta está no topo. A iniciativa tem como objetivo provocar uma reflexão sobre os padrões convencionais de representação geográfica e o papel do país no cenário internacional.

“Estamos lançando o novo mapa-múndi, que tem o Brasil nesse centro do mundo, mas agora de uma forma invertida, estimulando a reflexão sobre como nos vemos neste novo mundo em que as transformações ocorrem mais rapidamente e exigem um protagonismo brasileiro ainda maior”, afirmou o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, em vídeo publicado no site do instituto.

O lançamento dá sequência a uma iniciativa iniciada em 2023, quando o IBGE divulgou um mapa com o Brasil ao centro do globo. A nova versão, além de reforçar essa centralidade, inverte a orientação tradicional: o Norte passa a ficar na parte de baixo da imagem, e o Sul, no alto.

Segundo o IBGE, trata-se de um “lançamento inédito”, disponível em português e inglês. Em nota, o Instituto destacou que a ação faz parte de uma estratégia para estimular debates sobre a importância crescente do Sul Global. “Esse lançamento integra uma série de ações estratégicas para a reflexão e o debate sobre a importância do Sul Global, em meio à crescente importância do Brasil no cenário internacional e às mudanças geopolíticas mundiais”, diz o texto.

O Instituto também relaciona o novo mapa ao protagonismo do país em fóruns internacionais. “O lançamento é feito em ano que o Brasil tem ativa participação nos debates e perspectivas do Sul Global e do cenário mundial, em especial por presidir o BRICS e o Mercosul. E recebe a COP 30”, justificou o IBGE.

O novo mapa destaca os países que compõem o BRICS e o Mercosul, as nações de língua portuguesa, os territórios que abrangem o bioma amazônico e as cidades do Rio de Janeiro, Belém e Ceará.

O IBGE também explicou por que a orientação tradicional dos mapas não é uma regra fixa. “A maior parte do mundo está acostumada a ver a América do Norte no Norte e a América do Sul no Sul, mas essa representação não é a única possível e nem a única que foi registrada durante a história. Na verdade, não existe uma razão técnica para colocar os pontos cardeais nas direções convencionais e, portanto, a representação tradicional é tão correta quanto a representação invertida”, explicou o instituto.

Ainda segundo o órgão, a convenção atual foi padronizada por cartógrafos europeus. “A convenção cartográfica do Norte para cima e do Leste para a direita foi estabelecida pelo astrônomo Ptolomeu e foi amplamente adotada por outros cartógrafos como Mercator e Waldseemüller. Mas existem mapas que têm outra orientação e onde o Norte não está no topo. É o caso, por exemplo, dos mapas medievais ou de alguns mapas feitos por outras culturas”.

O novo mapa-múndi já está à venda e pode ser adquirido no site https://loja.ibge.gov.br.

João Vianna

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