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Máfia dos cigarros: operação em fábrica ligada a Adilsinho resgata 22 paraguaios em situação análoga à escravidão

Máfia dos cigarros: operação em fábrica ligada a Adilsinho resgata 22 paraguaios em situação análoga à escravidão

Ação conjunta foi realizada entre PF, MPF e Polícia Civil. Cinco suspeitos foram presos em flagrante. Galpão também tinha maquinário e insumos

Uma operação com o objetivo de fechar uma fábrica clandestina de cigarros em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, foi realizada na manhã desta segunda-feira por equipes da Polícia Federal (PF), da Polícia Civil, através da FICCO/RJ, e do Ministério Público Federal, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). No endereço os agentes encontraram um galpão com estrutura para o negócio ilegal e 20 paraguaios que estariam trabalhando em condição análogas à escravidão. Cinco homens foram presos em flagrante suspeitos de integrarem o esquema.

A fábrica tem ligação com o contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho. Ele já foi alvo de operações anteriores contra a máfia dos cigarros, como em março deste ano, quando agentes buscavam cumprir um mandado de prisão contra ele e outros 20 envolvidos. O mandado contra o contraventor não foi cumprido até agora.

No local também foram encontrados insumos e maquinário para a fabricação de cigarros paraguaios falsificados. Esses materiais serão levados pela PF. O galpão foi lacrado no início da tarde desta segunda-feira. Inicialmente, o RJTV noticiou que a fábrica ficava em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Os homens encontrados na fábrica clandestina, 27 no total, foram levados para a Superintendência Regional da PF, na Região Central do Rio, segundo a corporação. Eles chegaram em duas vans, escoltadas por uma viatura da Polícia Civil. Destes, 22 são paraguaios, e a investigação vai apurar as condições em que trabalhavam e eram mantidos no país.

Cinco homens, brasileiros, foram presos em flagrante por suspeita de atuarem como gerentes e supervisores na fábrica ilegal. Na sede da PF serão feitos a lavratura dos autos de prisão em flagrante e demais procedimentos. Os materiais e equipamentos apreendidos durante a ação serão levados ao Depósito da Receita Federal, onde serão acautelados e submetidos à perícia.

Quem é Adilsinho?

Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho — Foto: Reprodução
Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho — Foto: Reprodução

Em março, na Operação Libertatis 2, Adilsinho foi apontado como integrante da máfia de cigarros e herdeiro da contravenção em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e também expande seus domínios para outras regiões na cidade do Rio. Já em outra investigação, feita pela Delegacia de Homicídios da Capital, Adilsinho é suspeito de ser o mandante dos assassinatos do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e de Alexsandro José da Silva, o Sandrinho.

As buscas começaram há cerca de dois anos, quando os agentes descobriram três fábricas clandestinas em Duque de Caxias. Em uma delas, estourada em março de 2023, a polícia resgatou 19 trabalhadores paraguaios que eram mantidos em situação análoga à escravidão. Aos agentes, eles contaram que foram trazidos do Paraguai com os olhos vendados, com a promessa de que iriam trabalhar na produção de roupas.

João Vianna

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