PF de SC mira quadrilha envolvida em fraudes cibernéticas, lavagem de dinheiro e tráfico

São 37 mandados sendo cumpridos em quatro estados brasileiros nesta terça-feira (20)
A Polícia Federal de Santa Catarina deflagrou duas operações na manhã desta terça-feira (20) para prender suspeitos de fraudes cibernéticas, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Apesar de se tratar de investigações separadas, os agentes descobriram que alguns dos investigados estão envolvidos em ambos os casos. Desde o começo do dia, estão sendo cumpridos 26 mandados de busca e apreensão e outros 11 de prisão, não só em SC, mas também no Paraná, São Paulo e Maranhão.
A primeira ação, denominada Operação Cryptoscam, mira uma organização criminosa formada por uma família de Ponta Grossa (PR). O grupo é investigado por fraudes bancárias e furtos de criptoativos por meio de ataques cibernéticos. As apurações começaram com informações recebidas pelo canal de cooperação internacional sobre um furto de US$ 1,4 milhão em criptoativos de um cidadão de Singapura. A Polícia Federal suspeita que a organização esteja atuando desde 2010.
De acordo com as diligências, a Polícia Federal constatou que os envolvidos se mudaram para Balneário Camboriú (SC) em 2021, onde passaram a ocultar os valores ilícitos em nome de terceiros por meio de aquisição de imóveis de alto padrão, veículos de luxo e em criptoativos. Os levantamentos estimam que o grupo tenha movimentado cerca de R$ 100 milhões entre 2020 e 2025.
Parte dos investigados também é suspeito de envolvimento em um ataque cibernético que, em 2020, atingiu 150 contas bancárias da Caixa Econômica Federal, vinculadas a 40 prefeituras.
Já a segunda ação, batizada de Operação Wet Cleaning, teve como ponto de partida a prisão de uma mulher, apontada como uma das maiores estelionatárias do Brasil, suspeita de aplicar diversos golpes contra a Caixa Econômica Federal. A investigação revelou conexões com indivíduos envolvidos em furto de caixas eletrônicos, fraudes cibernéticas, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
As apurações indicam que o grupo estaria utilizando o mercado formal, com empresas nas áreas de construção civil, informática e transporte de cargas, para lavar dinheiro oriundo de atividades ilícitas. Estima-se que a organização criminosa tenha movimentado aproximadamente R$ 110 milhões em criptoativos. As investigações continuarão com o objetivo de identificar outros envolvidos e aprofundar as conexões nacionais e internacionais das atividades criminosas.
Mandados Judiciais
- 26 mandados de busca e apreensão
- 11 mandados de prisão
- Cidades: Joinville (SC), Balneário Camboriú (SC), Itapema (SC), Piçarras (SC), Poá (SP), Guarulhos (SP), Ribeirão Preto (SP), Ponta Grossa (PR) e São Luiz (MA)
Conteúdo: NSC