Sábado, 31 de Maio de 2025

Sabrina Sabino: “É inadmissível ver pessoas morrendo por meningites que têm vacina no SUS”

Sabrina Sabino: “É inadmissível ver pessoas morrendo por meningites que têm vacina no SUS”

A cada 100 pessoas diagnosticadas com meningite neste início de 2025, quase 8 morreram

Se há uma doença que não faz distinção de classe ou idade, essa doença é a meningite. Grave, de evolução fulminante, a meningite é a inflamação das membranas que recobrem o sistema nervoso central, podendo ser causada por vírus, bactérias, fungos ou traumas. Mas vamos direto ao ponto: entre os agentes infecciosos, as bactérias e vírus são os grandes protagonistas de surtos e tragédias, seja pelo alto número de casos ou pelo potencial destrutivo.

Você sabe reconhecer a meningite? Sabe que ela pode matar em poucas horas ou deixar sequelas que mudam uma vida para sempre? E que existe vacina no SUS para as formas mais letais? Pois bem, está na hora de falarmos sobre isso.

Para iniciarmos, de acordo com a DIVE, entre 2021 e 2023, o número de casos confirmados de meningite em Santa Catarina quase triplicou: de 358, saltou para 993. Houve uma redução para 762 em 2024, mas de janeiro a abril de 2025 já são 180 casos — e esse número vai crescer, pois a notificação dos casos costuma acontecer com atraso no sistema oficial (SINAN).

Não se engane: os dados incompletos subestimam o risco real. E gostaríamos que o cenário fosse melhor, mas os números não mentem: a cada 100 pessoas diagnosticadas com meningite neste início de 2025, quase oito morreram. Para quem ainda subestima a doença, esse número deveria servir de alerta.

O mais incompreensível é que as crianças pequenas continuam sendo as maiores vítimas. Crianças de 0 a 4 anos concentram a maior incidência (7,7 casos para cada 100 mil habitantes) e pagam um preço alto pela negligência vacinal. E não se engane: adultos entre 20 e 64 anos representaram quase metade dos casos neste começo de 2025. O risco é generalizado.

Em tempos de fake news, negar a vacinação é quase um crime de saúde pública. Temos no Programa Nacional de imunização (PNI), vacinas que cobrem meningite por tuberculose, meningocócica, pneumocócica e por hemófilos.

Aquelas crianças que vacinamos no posto de saúde, não são apenas protegidas, ajudam a reduzir a circulação de bactérias para todos.

A verdade desconfortável? Ainda vemos pessoas adoecendo e morrendo por tipos de meningite para os quais existe vacina gratuita no SUS. Isso é inadmissível.

Por fim, um pedido: pais, cuidadores, adultos: tenham a responsabilidade que o momento exige. Atualizem o cartão de vacinação, ajudem a combater a desinformação e entendam que, quando você escolhe não vacinar, não está jogando apenas com a sorte do seu filho, mas com a de toda uma comunidade.

Meningite é silenciosa, rápida e fatal. Precisamos de informação e vacina. Sem isso, continuaremos contabilizando mortes que já poderiam ter sido evitadas há décadas.

Conteúdo: NSC

João Vianna

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *